sábado, 21 de julho de 2018

Na política de filho único da China, que fim levavam os gêmeos?

Texto 2 

Os casais chineses encontraram um método para burlar a rígida

 "política do filho único" imposta pelo governo de seu país.

 Estatísticas provenientes dos setores de maternidade de diversos hospitais chineses,

 tanto nas cidades quanto no campo,

 têm registrado um aumento constante dos partos de gêmeos. 

Um número cada vez maior de casais chineses está recorrendo

 a um medicamento contra a esterilidade que, 

se ministrado a mulheres férteis, aumenta notavelmente a probabilidade

 da geração de gêmeos. 

O Hospital da Saúde da Mãe e da Criança de Nanjing,

 a capital da província oriental de Jiangsu,

 informou que durante a Festa da Primavera (que dura sete dias) nasceram mais

 de dez casais de gêmeos e, em um caso, trigêmeos.

 Nesse mesmo hospital, no ano passado, ocorreram 90

 partos de dois ou mais gêmeos, enquanto no passado se registravam apenas

 20 nascimentos desse tipo, em média.

 O fenômeno não se limita apenas à cidade de Nanjing,

 já que vários hospitais do país têm informado um aumento 

constante dos nascimentos de gêmeos nos últimos anos.

 O Hospital para a Saúde da Mãe e da Criança de Zhengzhou, na província de Henan, passou de 45 partos de gêmeos em 2002, com dois casos de trigêmeos e três casos de quadrigêmeos, para 56 partos em 2004, 

com cinco casos de trigêmeos, um de quadrigêmeos e outro de quíntuplos. 

Segundo Liu Yixun, um especialista chinês em natalidade,

 o país se encontra diante de um novo problema social, 

que não passou desapercebido pelo Ministério da Saúde chinês, 

que em uma nota oficial divulgada recentemente pediu aos casais para

 não abusar da "pílula dos gêmeos". 

Wang Bin, diretor do Departamento para a Saúde da Mulher, afirmou que

 "os cidadãos deveriam entender que pacientes não estéreis que utilizam

 estas pílulas por conta própria estão fazendo um jogo muito estúpido e perigoso".

 Se utilizado sem real necessidade, o medicamento pode causar cistos ovarianos,

 câncer de mama ou de ovário e até síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO). 

É fácil encontrar a droga no país. Na farmácia Golden Elephant de Pequim, 

15 pílulas custam 9,10 yuan (quase um euro). 

Apesar de as pílulas serem vendidas apenas sob prescrição médica, 

o controle no campo e em boa parte das cidades chinesas é muito brando

 e o medicamento custa de 7 a 20 yuan (ou seja, no máximo até dois euros), 

tornando seu acesso bastante fácil, até mesmo para os casais mais pobres.

 A "política do filho único" foi lançada há 26 anos pelo governo chinês,

 que temia um excessivo aumento da população diante do problema de

 escassez de alimento. 

Os casais que vivem na cidade podem ter apenas um filho

 e os que vivem no campo podem ter no máximo dois, em determinados casos, 

assim como os chineses que não pertencem à etnia Han (a mais numerosa). 

Aqueles que desrespeitam a lei são punidos com multas de dezenas

 a milhares de yuan, mas os casais que têm gêmeos ficam eximidos destas multas.

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